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JARDIM DE VALORES - um lugar onde virtudes florescem através das HISTÓRIA

A árvore da sabedoria

Veja as atividades no final da história

Era segunda-feira quando a Professora Alícia anunciou um projeto especial para a turma. Com seu sorriso acolhedor, ela explicou:

— Crianças, nossa horta escolar foi abandonada durante as férias. Agora temos a chance de revitalizá-la! Cada grupo ficará responsável por uma parte. No final do semestre, celebraremos com uma festa da colheita.

Os olhos de Augusto brilharam. Ele ergueu a mão imediatamente:

— Professora, eu quero ser o líder do meu grupo! Vamos fazer a melhor horta! —

A professora sorriu.

— Formaremos os grupos hoje, e cada um terá uma semana para apresentar seu plano de trabalho.

Leandro, em seu canto habitual, observava tudo com interesse, enquanto Sayuri já fazia anotações em seu caderno. Carina levantou a mão.

— Podemos decorar a horta também? Eu poderia fazer placas coloridas para cada planta!

Os grupos foram formados, e para surpresa geral, a Professora Alícia colocou Augusto, Leandro, Sayuri e Carina juntos.

— Vocês cuidarão da parte central da horta, onde plantaremos uma árvore frutífera que será o coração do nosso projeto.

Ao se reunirem para planejar, os problemas logo começaram.

— Vamos plantar agora mesmo! Tenho umas sementes em casa, — disse Augusto, já pensando em cavar o buraco no dia seguinte.

— Mas nem sabemos qual árvore plantar, — respondeu Sayuri.

— Qualquer uma serve! O importante é ser os primeiros a começar, — insistiu Augusto.

Carina já estava desenhando placas decorativas, ignorando a discussão.

— Acho que deveríamos pesquisar primeiro, — disse Leandro com voz baixa, quase inaudível.

— O quê? Fala mais alto, Leandro, — reclamou Augusto. — De qualquer forma, não precisamos perder tempo com pesquisas. Vamos agir!

No dia seguinte, Augusto chegou à escola com uma pequena muda de árvore.

— Peguei no jardim do meu vizinho! Ele nem vai notar, — disse orgulhoso.

Sayuri olhou preocupada.

— Isso não é certo, Augusto. Você pegou sem permissão.

— É só uma mudinha, ele tem várias! — defendeu-se Augusto.

Leandro, que havia permanecido quieto, finalmente falou:

— Meu avô sempre diz que o respeito pelo que é dos outros é o começo da sabedoria.

— Sabedoria? Estamos falando de uma planta, Leandro, — rebateu Augusto, impaciente.

Durante o intervalo, Professora Alícia notou a tensão no grupo e os chamou para uma conversa.

— Como está o planejamento da horta? —

Cada um começou a falar ao mesmo tempo, exceto Leandro. A professora ergueu a mão pedindo silêncio.

— Vejo que estão tendo dificuldades para trabalhar juntos. Sabem, há um versículo muito especial que diz: ‘O temor do Senhor é o princípio da sabedoria’. Vocês sabem o que isso significa?

Houve um silêncio. Foi Sayuri quem timidamente respondeu:

— É sobre respeitar a Deus?

— Sim, Sayuri. E quando respeitamos a Deus, respeitamos também suas leis, seus ensinamentos, e isso inclui respeitar as pessoas, a natureza e tudo que foi criado, — explicou a professora. — Quando agimos com esse respeito, começamos a agir com sabedoria.

— Mas o que isso tem a ver com nossa horta? — perguntou Augusto, confuso.

A professora sorriu gentilmente.

— Tudo. Vocês precisam tomar decisões sábias sobre essa árvore. Ela vai crescer, dar frutos, abrigar pássaros. Uma decisão apressada pode não dar bons resultados a longo prazo. A sabedoria nos ensina a pensar além do momento presente.

Depois da conversa com a professora, o grupo decidiu se reunir na biblioteca da escola. Por sugestão de Sayuri, começaram a pesquisar sobre árvores frutíferas.

— Esta aqui cresce rápido, mas precisa de muito espaço, — mostrou Leandro em um livro de jardinagem.

— Esta outra dá frutos o ano todo, mas precisa de sombra parcial, –observou Sayuri.

Augusto estava impaciente, mas tentava prestar atenção. Carina continuava mais interessada em desenhar, até que Leandro sugeriu:

— Carina, você poderia desenhar cada árvore que estamos considerando? Isso ajudaria a visualizar nosso projeto.

O rosto de Carina iluminou-se com a ideia.

Quando chegou o dia de apresentar o plano para a classe, Augusto estava nervoso. Ele queria tanto ser o primeiro, ser o melhor, mas não tinham uma árvore plantada ainda, só um projeto no papel.

— E se os outros grupos já tiverem começado? Vamos parecer atrasados, — reclamou.

Foi então que viram Pedro, de outro grupo, carregando uma muda de planta que parecia estar morrendo.

— O que aconteceu? — perguntou Sayuri.

— Plantamos sem pesquisar — explicou Pedro, desanimado.

Naquele momento, Augusto compreendeu o valor da abordagem mais cautelosa do seu grupo.

Na apresentação, cada grupo mostrou seu plano. Para surpresa de Augusto, seu grupo recebeu elogios especiais da Professora Alícia.

— Este grupo demonstrou verdadeira sabedoria, — disse ela. — Eles não se apressaram, pesquisaram, consideraram o ambiente, as necessidades da planta e até como ela beneficiará nossa escola no futuro.

Leandro, geralmente tímido, explicou para a classe:

— Escolhemos uma jabuticabeira. Ela pode parecer lenta para crescer, mas viverá por décadas, dará frutos várias vezes ao ano e não precisará de replantio constante.

Sayuri complementou:

— Ela também atrairá pássaros e abelhas, ajudando todo o ecossistema da horta.

Carina mostrou seus desenhos detalhados de como a árvore ficaria em diferentes estágios de crescimento, e Augusto explicou o plano de cuidados.

— Aprendi que às vezes precisamos ser pacientes para colher os melhores frutos, — disse ele, com um novo entendimento.

No dia do plantio, a Professora Alícia reuniu todos ao redor do buraco preparado para a jabuticabeira.

— Esta será nossa Árvore da Sabedoria, — declarou. — Ela nos lembrará sempre que decisões sábias, baseadas no respeito e no conhecimento, podem dar frutos por muitos anos.

Enquanto colocavam a pequena muda na terra, Leandro sussurrou para seus amigos:

— Meu avô sempre diz que sabedoria é como uma árvore: precisa de raízes profundas e tempo para crescer.

Augusto, que antes queria apenas resultados rápidos, agora entendia. Ele olhou para a pequena muda e sorriu:

— E um dia, quando estivermos grandes, voltaremos aqui e veremos o quanto ela cresceu.

A Professora Alícia observava o grupo com orgulho. Eles haviam plantado uma árvore e também haviam plantado as sementes da sabedoria em seus corações.

ATIVIDADES

Para 8 anos: Diário da Árvore da Sabedoria

Material: Caderno pequeno, lápis de cor, adesivos.

Peça à criança para criar um diário de observação onde ela registrará o crescimento de uma planta ou árvore durante um mês. A cada dia, ela deve desenhar ou escrever algo que observou sobre a planta e uma “lição de sabedoria” que aprendeu naquele dia.

Para 9 anos: Provérbios Ilustrados

Material: Cartolina, canetinhas, lápis de cor.

Apresente cinco provérbios ou ditados populares sobre sabedoria, adequados à idade. Peça à criança que escolha seu favorito e crie uma ilustração que represente seu significado. Depois, peça que explique por que escolheu aquele provérbio e como poderia aplicá-lo em sua vida.

Para 10 anos: Jogo das Decisões Sábias

Material: Cartas feitas com papel cartão

Crie 10-15 cartas com diferentes situações do cotidiano infantil que exigem uma decisão. EX: “Você encontrou um brinquedo que não é seu no pátio da escola”; “Um colega pede para copiar sua lição de casa”.

Em pequenos grupos, as crianças devem discutir qual seria a decisão mais sábia para cada situação e justificar sua escolha.

Para 11 anos: Projeto Mini-Horta da Sabedoria

Material: Vasos pequenos ou garrafas PET cortadas, terra, sementes variadas, etiquetas.

Cada criança plantará três sementes diferentes e pesquisará sobre os cuidados necessários para cada planta. Na etiqueta de cada vaso, além do nome da planta, deverá escrever uma qualidade da sabedoria (como paciência, observação, cuidado). Durante algumas semanas, registrará o crescimento e relacionará com a qualidade escolhida.

Para 12 anos: Conselho de Sábios

Material: Papel, caneta, fantasias simples (opcional)

Organize os alunos em um “conselho de sábios” que deverá resolver três problemas apresentados (relacionados à escola, família ou comunidade). Cada “sábio” assume um papel (historiador, cientista, artista, etc.) e deve contribuir com sua perspectiva. O grupo precisa chegar a uma solução consensual que demonstre sabedoria. Ao final, apresentam suas conclusões e o processo de tomada de decisão.

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