A luta pelos direitos humanos de forma geral e pelos direitos da mulher, de forma particular é mais antiga do que, às vezes, reconhecemos. Eis aqui uma história milenar de cinco garotas, que pela união e proatividade conseguiram a atenção de um grande líder e do próprio Deus em favor da justiça às mulheres.
O episódio aconteceu no tempo do Antigo Testamento, antes mesmo de Israel se tornar uma nação, no tempo do Êxodo pelo deserto. O povo confiado na promessa de Deus, através de Moisés, caminhava rumo à terra prometida há centenas de anos aos seus antepassados. Em lá chegando, tomariam posse do território, cada chefe de família, recebendo seu pedaço de terra de acordo com sua tribo, que eram doze.
Enquanto viajavam em um deserto assolador, ora acampados, ora caminhando, crianças nasciam, acrescentando número ao povo. Numa determinada família nasceu uma menina; depois outra; mais outra; ainda outra; e para completar, o quinto bebê foi também uma menina.
Aconteceu que o chefe da família, pai das cinco garotas morreu, e como não tinham um irmão para receber o pedaço de terra da herança, as cinco garotas estavam destinadas a ficarem sem a herança, que no caso iria para um tio, ou seja, para outro membro da família que fosse homem, devida à regida pelo sistema patriarcal.
Inconformadas com a situação as cinco garotas marcaram uma audiência com o líder e apresentaram a questão. O líder levou o assunto a Deus e Ele considerou justa a reinvindicação das cinco mulheres, concedendo-lhes não só o pedido como, alterando a lei para situações futuras. Esta é a história das filhas de Zelofeade e pode ser lida na Bíblia no livro de Números capítulo 27.
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