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JARDIM DE VALORES - um lugar onde virtudes florescem através das HISTÓRIA

AS RÃS E O POÇO PROFUNDO

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Provérbios 14.15 – O ingênuo acredita em qualquer palavra, mas o prudente vê bem onde pisa.

Lá no coração da Floresta Colorida, onde moravam muitos animais falantes e cheios de vida, havia um pequeno pântano, lar de duas jovens rãs: a Rã Saltitante, sempre cheia de energia e pronta para a próxima aventura, e a Rã Pensativa, que gostava de observar e refletir antes de agir.

Aconteceu que no verão, o sol brilhou mais forte e por mais tempo do que o normal. Pouco a pouco, o pequeno pântano começou a secar, transformando-se num leito rachado.

– Oh, não! –  exclamou Rã Saltitante. – Nosso lar está sumindo! Precisamos encontrar um lugar novo, e rápido!

– Concordo que precisamos de um novo lar – disse Rã Pensativa, olhando o pântano diminuir – mas precisamos ser cuidadosas. As duas rãs saltaram e pularam por entre os galhos e folhas coloridas, em busca de água. Depois de um tempo, elas chegaram a um lugar. Diante delas, abria-se um poço, grande e profundo, com a água lá embaixo brilhando convidativamente.

– Que maravilha! –  exclamou Rã Saltitante, os olhos brilhando. – Veja como a água é fresca e escura lá embaixo! Parece o lugar perfeito para morar! Vamos pular, a água lá embaixo parece tão convidativa!

Rã Pensativa, porém, olhou mais de perto. Ela viu as paredes altas e lisas do poço. Ela pensou na situação do pântano seco. E se aquele poço também secasse? Como elas sairiam de lá de baixo? Ela se sentiu um pouco preocupada.

– Espere um pouco, Rã Saltitante! – ela disse. – Pense bem. A água parece ótima, mas e se, assim como nosso pântano, este poço também secar? Como faremos para subir pelas paredes tão altas e sair? Parece fácil entrar, mas difícil sair.

Rã Saltitante ficou um pouco frustrada.

– Ah, Rã Pensativa, você sempre pensando demais! A gente se preocupa com isso depois!

Mas Rã Pensativa insistiu: – Não é pensar demais, Rã Saltitante. É pensar com Prudência.

Vendo que não chegariam a um acordo sozinhas, decidiram procurar a professora Raposa Flora para pedir conselhos. Elas contaram sua situação.

A professora Raposa Flora, com seu olhar perspicaz, sorriu gentilmente.

– Rã Saltitante, sua animação é contagiante! Mas Rã Pensativa tocou num ponto muito importante. Ela demonstrou Prudência. Vocês sabem o que é Prudência?

Ambas inclinaram suas cabeças, prestando atenção.

– A Prudência, – explicou Raposa Flora, – é a capacidade de agir com sabedoria, pensando antes de fazer algo, e considerando as consequências das nossas escolhas. É como quando as Formigas Migas planejam seus caminhos para o inverno, ou quando a Coruja Olívia avalia o vento antes de voar. É pensar:

– O que pode acontecer se eu fizer isso? É seguro? É bom para mim e para os outros?

– E o oposto da Prudência,–  continuou a professora. – É a Impulsividade, agir sem pensar, sem considerar as consequências.

Ser impulsivo pode nos levar a situações difíceis, como pular em um poço do qual não conseguiríamos sair.

Rã Saltitante percebeu a sabedoria nas palavras de Raposa Flora e nas preocupações de Rã Pensativa. Ela nunca tinha pensado tão profundamente sobre isso.

– Vocês têm razão! – ela disse, – Eu estava tão animada com a água que não pensei em como sairíamos de lá. Que susto!

Juntos, os animais da Floresta Colorida ajudaram as rãs a procurar outro lugar. Eles encontraram um riacho raso e cristalino, que fluía suavemente e tinha muitas pedras para pular e plantas para se esconder. Era um lugar seguro e perfeito, onde elas podiam desfrutar da água sem o perigo de ficarem presas se a água diminuísse. As rãs fizeram do riacho seu novo lar, e a Rã Saltitante, agora um pouco mais atenta, sempre pedia a opinião da Rã Pensativa antes de suas grandes aventuras. E assim, na Floresta Colorida, todos aprenderam que a Prudência é uma virtude valiosa que nos ajuda a fazer escolhas inteligentes e seguras, guiados pela sabedoria e pelo cuidado com o futuro.

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HISTÓRIA

Era uma manhã animada na Escola quando a professora Alícia chegou à sala com um grande sorriso e uma caixa cheia de livros.

— Bom dia, turma! Hoje, vou contar para vocês uma história incrível sobre coragem e sobre as raízes do nosso Brasil.

Os alunos se ajeitaram rapidamente, curiosos.

— Professora, é uma história de heróis? — perguntou Leandro, já empolgado.

— Sim, Leandro! É sobre heróis de verdade: nossos pracinhas, que lutaram na Segunda Guerra Mundial, muito longe do Brasil, em um lugar chamado Montese, na Itália.

Carina ergueu a mão:— Professora, por que começou essa guerra tão grande?

— Ótima pergunta, Carina! — sorriu a professora Alícia. — A Segunda Guerra Mundial começou porque alguns países queriam dominar outros e impor suas ideias, principalmente a Alemanha, liderada por um homem chamado Hitler. Ele queria espalhar seu poder, invadiu muitos países e foi parado só quando o mundo inteiro se juntou para lutar contra ele.

Augusto fez uma cara pensativa:— Entendi, então quer dizer que o Brasil foi nessa guerra também!

— Foi sim, Augusto! O Brasil tentou não entrar, mas nossos navios foram atacados por submarinos alemães. Então o presidente decidiu que íamos ajudar os países amigos, como os Estados Unidos e a Inglaterra. Assim nasceu a Força Expedicionária Brasileira, a FEB, feita de milhares de soldados chamados de pracinhas — contou a professora, mostrando uma foto antiga da tropa.

Sayuri estava surpresa:— Eles foram de navio até a Itália?

— Exatamente, Sayuri! Imaginem só: homens jovens, como irmãos, pais e até vizinhos, partiram daqui cheios de coragem. A missão era ajudar a libertar cidades e pessoas que estavam sofrendo na guerra. E foi assim que, em 1945, eles chegaram até Montese, um lugar cheio de montanhas e muito bem protegido pelos soldados alemães.

Leandro arregalou os olhos:— Deve ter sido muito perigoso, né?

— Muito perigoso! Montese era importante porque ficava num lugar alto, difícil de conquistar. Os pracinhas enfrentaram armadilhas, bombas escondidas, frio e tiros. Lutaram de dia e de noite, com muito medo, mas nunca desistiram. Eles ajudaram a libertar Montese e foram reconhecidos pelo mundo inteiro! — a professora falou, cheia de orgulho.

Carina parecia emocionada:— Eles receberam medalhas?

— Receberam, Carina! Receberam medalhas e até hoje existem monumentos na Itália e no Brasil para lembrar da coragem deles. Eles também deixaram muitas cartas para as famílias, contando sobre a saudade, o medo, mas também a esperança de fazer diferença no mundo.

Sayuri então perguntou, sorrindo:— Professora, a gente pode dizer que eles são nossos heróis?

A professora Alícia assentiu, firme:— Sim, Sayuri! Eles são nossos heróis porque mostraram que mesmo pessoas de um país distante podem ajudar a mudar a história. Isso nos ensina que um país forte é feito das suas raízes e dos seus heróis. Sentir orgulho deles é respeitar o que somos e, principalmente, lembrar que coragem e união sempre fazem diferença.

Augusto desviou o olhar para a janela e comentou:— Eu quero contar essa história pra alguém e ser corajoso como eles!

— Esse é o melhor jeito de agradecer aos nossos heróis, Augusto! — respondeu a professora, encerrando a aula com um abraço coletivo.

Atividades Relacionadas à História

8 anos — Desenho: “Meus heróis pracinhas

Desenhe como você imagina os pracinhas do Brasil em Montese. Capriche nos detalhes das roupas, das montanhas e faça um balão de fala mostrando o que eles diriam para você hoje.

9 anos — Caça-palavras: Descobrindo a FEB

Monte ou resolva um caça-palavras com o tema: Segunda Guerra, Brasil, Pracinhas, Heróis, Montese, Coragem, Medalha, Itália, Esperança, União. Peça às crianças para explicar o significado de cada palavra encontrada.

10 anos — Cartinha para um pracinha

Escreva uma carta para um pracinha brasileiro, contando o que você aprendeu e dizendo obrigado pelo que fez. Use frases que mostrem admiração e respeito.

11 anos — Pesquisa & Apresentação

Pesquise um herói brasileiro da FEB (pode ser um nome famoso ou um soldado comum) e faça uma pequena apresentação para a turma contando quem ele foi e porque ele é importante para a nossa história.

INFORMAÇÕES EXTRAS

A Batalha de Montese e a História dos Soldados Brasileiros na Segunda Guerra Mundial

A Segunda Guerra Mundial foi uma guerra enorme que aconteceu entre os anos de 1939 e 1945 e envolveu países do mundo inteiro. Dois grandes lados brigaram: de um lado estavam a Alemanha, a Itália e o Japão (o chamado “Eixo”); do outro, países como Estados Unidos, Inglaterra, França e, sabe quem mais? O Brasil! Eles formavam o grupo chamado de “Aliados”.

Por que essa guerra aconteceu?

A Segunda Guerra Mundial começou porque a Alemanha, liderada por Adolf Hitler, queria conquistar vários territórios e impor suas ideias para o mundo. Com isso, invadiu muitos países e acabou fazendo com que quase todo o planeta entrasse em conflito para tentar parar o avanço do Eixo.

E como o Brasil entrou nessa história?

No começo, o Brasil tentou ficar de fora da guerra. Mas, em 1942, navios brasileiros foram atacados por submarinos alemães no Oceano Atlântico. Muitas pessoas morreram nesses ataques. O povo ficou bravo e, aos poucos, o presidente Getúlio Vargas decidiu apoiar os Aliados e enviar soldados para a Europa. Assim nasceu a Força Expedicionária Brasileira, a FEB!

Os Pracinhas Brasileiros na Itália

Cerca de 25 mil soldados brasileiros, chamados de “pracinhas”, atravessaram o Atlântico para lutar na Itália, ao lado dos Estados Unidos e de outros países. Eles tinham uma missão difícil: ajudar a libertar cidades e derrotar o exército alemão, que era muito forte.

A Grande Batalha de Montese

Um dos momentos mais importantes foi a Batalha de Montese, nos dias 14 a 17 de abril de 1945. Montese era uma cidade bem protegida, cheia de montanhas e soldados alemães. Os pracinhas enfrentaram grandes dificuldades: minas escondidas no chão, tiros, explosões e o medo de não voltar para casa. Mas eles foram corajosos! Lutaram, ajudaram uns aos outros e conseguiram conquistar a cidade depois de muito esforço.

O Que os Brasileiros Conquistaram

Ao vencer a batalha, os soldados brasileiros mostraram ao mundo do que eram capazes. Muitos deles receberam medalhas e homenagens, tanto no Brasil quanto na Itália. Hoje, existem estátuas, praças e museus para lembrar a coragem da FEB e, em Montese, há até um monumento só para eles!

O Legado dos Pracinhas

Os soldados brasileiros enfrentaram perigos, frio e saudade da família, mas fizeram amigos, aprenderam lições e ajudaram a deixar o mundo mais livre e justo. O que eles fizeram em Montese foi tão importante que, até hoje, pessoas do Brasil e da Itália se reúnem para lembrar desse feito incrível. Eles provaram que, mesmo vindo de longe, podiam ajudar a mudar a história do mundo!

Se você quiser contar essa história para seus colegas, pode falar do orgulho que temos desses soldados e como pequenas atitudes, quando feitas juntos, podem fazer grandes diferenças!

Se precisar de uma versão ainda mais simples ou quiser alguma atividade ou curiosidade para trabalhar com essas informações, pode pedir!

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O superpoder da gratidão

No Colégio ninguém era mais querida do que a professora Alícia. Com sua risada fácil e olhos que sempre brilhavam, ela ensinava português e matemática e ensinava, às crianças, também, a ver a vida com o coração.

A manhã ensolarada e o cheiro de pão de queijo tomava conta da escola. As crianças corriam pelo corredor, mas foi na sala da professora Alícia que a aventura realmente começou.

— Bom dia, pessoal! — disse Alícia, ajeitando os cartazes na lousa. — Hoje tenho um segredo pra contar.

As crianças se entreolharam, curiosas.

— Oba, segredo! — exclamou Augusto, já pegando seu caderno.

— Não é todo dia que isso acontece — cochichou Sayuri, com seus olhinhos  puxados!

— Preparem-se: a missão de hoje é… descobrir o maior superpoder do mundo! — anunciou Alícia, balançando as mãos no ar como se fosse uma heroína moderna.

Sayuri deu uma risadinha, Leandro arregalou os olhos, Carina mordeu a pontinha da borracha e Augusto quase caiu da cadeira.

— Superpoder? Qual? — quis saber Leandro.

— O poder da gratidão. E, para completar, faremos uma surpresa para Mães usando esse superpoder!

As crianças franziram o cenho.

— Gratidão parece nome de perfume da minha avó — cochichou Leandro.

— Ou de um remédio — completou Augusto.

Alícia sorriu.

— Imagina se a gratidão fosse uma mochila invisível que todos carregam. Quando você agradece, coloca presentes dentro dela, para você e para os outros. Alguém gostaria de experimentar esse superpoder hoje?

Todos levantaram a mão.

Lá fora a rotina no Colégio parecia a mesma: lanche compartilhado, roda de leitura, risadas e pequenas confusões. Mas, cada um dos quatro tinha um motivo especial para pensar nas mães e o quanto eram gratos a elas.

— Minha mãe faz o melhor yakisoba do mundo, mas diz que receita boa é segredo de família— comentou Sayuri, desenhando uma tigela fumegante.

— Eu vivo bagunçando meu quarto e, ainda assim, minha mãe me chama de ‘seu campeão’ — disse Leandro, rindo.

— Mamãe fica triste quando chego tarde, mas sempre está lá, sorrindo — disse Carina, baixinho.

— Minha mãe me ajuda com as contas de matemática e me deixa ser curioso, mas nunca reclama quando pergunto demais — acrescentou Augusto.

Nesse clima de confidências, Alícia lançou a missão:

— Vocês vão fazer um presente especial de gratidão para suas mães. Só que não é algo pra comprar, hein! Tem que ser criado com o coração.

— Mas… como fazer um presente com gratidão? — perguntou Augusto.

— Com um ingrediente mágico: lembranças.

Nesse momento a campainha tocou e a diretora entrou, com um cartaz chamativo: “Concurso Surpresa para as Mães”. O prêmio: um café da manhã especial para todas as mães da turma vencedora.

As crianças ficaram empolgadas, mas Leandro logo caiu na real:

— Mas nossa turma nunca ganha nada… Sempre dizemos que vamos fazer, mas algo dá errado.

Alícia encarou cada um com doçura:

— Nada está perdido! A gratidão vai ser nosso diferencial. Pensem: quem dá o melhor presente é quem coloca mais coração nisso.

O desafio foi lançado! Eles tinham cinco dias para criar um presente coletivo que representasse gratidão — algo que pudesse ser entendido por todas as mães, mesmo quem não era tão boa de ler, como a avó de Leandro, ou quem falava pouco português, como a mãe da Sayuri.

— E se a gente escrevesse cartas? — sugeriu Carina

— Ou  pode ser música! — propôs Leandro.

— Mas eu sou desafinada igual buzina de carro — respondeu Sayuri.

Alícia parou, pensando. Puxou da prateleira um quebra-cabeça colorido.

— Já pensaram que a gratidão é como um quebra-cabeça? Cada pedaço é uma lembrança, mas se juntarmos vira uma história só!

No mesmo instante, os quatro entenderam: vamos criar um mural dos pedaços de gratidão!

O grupo começou a trabalhar. Para cada dia, uma tarefa: coletar lembranças, desenhar, escrever, pintar, compor.

Logo vieram os problemas: Leandro esqueceu os desenhos em casa.

Sayuri brigou com a mãe e sentiu vergonha de agradecer. Carina ficou envergonhada com sua letra torta. Augusto não conseguia resumir em poucas palavras tanta coisa para agradecer.

Alícia percebendo o clima, sentou com eles no pátio, sob as árvores.

— Sabem quando tentamos montar um quebra-cabeça e as peças parecem não encaixar? Às vezes, precisamos olhar de outro ângulo. Gratidão não precisa ser perfeita, só precisa ser verdadeira.

As crianças começaram a rir, contando trapalhadas e histórias engraçadas. Leandro lembrou quando colocou açúcar no arroz por engano e, mesmo assim, a mãe comeu sorrindo. Sayuri contou sobre o dia em que fez um cartão com corações tortos, mas sua mãe disse que nunca ganhou nada tão bonito. Não demorou e todos estavam rindo e se sentindo melhor.

Na manhã seguinte, cada um trouxe algo importante:

Leandro, um desenho dele e da mãe pulando na poça de chuva.

Sayuri, um minipoema: “Gratidão é abraço que não acaba”.

Carina, uma foto antiga dela com a mãe e avó, colada em papel colorido.

Augusto, um origami em forma de estrela, com “Obrigado, mãe” em várias línguas.

Juntos, montaram um mural gigante, cada peça representando uma forma de gratidão.

Quando tudo parecia pronto, Augusto levantou a dúvida:

— E se nenhuma mãe entender nosso mural? E se acharem… bobo?

Um silêncio pesou. Carina falou baixinho:

— Gratidão não tem número certo de “curtidas”. É pra sentir, não mostrar.

Mas ainda assim as dúvidas persistiram. Alícia então contou uma história de quando era criança e tinha medo de que seus cartões pra mãe fossem feios. Mas, anos depois, a mãe dela mostrou todos os cartões guardados, um a um.

— Não era o papel, eram as lembranças. E esse é o segredo da gratidão: ela volta pra gente, maior do que saiu.

No grande dia, o mural foi montado no salão da escola. Mães, avós, tias e famílias começaram a chegar. Nervosos, os quatro sentiram um frio na barriga. Um raio de sol iluminou o mural justo onde estava o desenho de Leandro. Ele quase chorou.

A turma rival chegou com presentes sofisticados: caixas brilhantes, lembrancinhas personalizadas, até um vídeo editado profissionalmente.

Os quatro ficaram desanimados. Augusto queria sumir.

— Nosso mural vai parecer bobo mesmo… — ele lamentou.

— Não se preocupa, Augusto, o que importa é o que colocamos nele — disse Carina.

Alícia chamou todos:

— Crianças, quem quer explicar o mural da nossa turma?

Todos olharam uns para os outros. Por fim, Augusto respirou fundo e, trêmulo, começou:

— Esse mural… somos nós. Cada pedaço é um agradecimento verdadeiro. Às vezes, a gente esquece de dizer obrigado, mas hoje queremos que todas as mães saibam: cada dia com vocês é uma peça bonita na nossa vida.

Logo, os outros completaram, cada um dizendo uma pequena frase de coração.

No salão, algumas mães choraram, outras sorriram, todas bateram palmas. Uma senhora abraçou Sayuri e disse, com dificuldade no português:

— Entendi te quero, filha.

O mural virou atração. Quem olhava, encontrava uma lembrança que parecia sua. A diretora, emocionada, anunciou:

— O prêmio vai para a turma da professora Alícia,  por lembrar que o melhor presente para uma mãe é saber que seu amor constrói lembranças inesquecíveis.

Os quatro amigos nunca mais esqueceram do que era gratidão. Não precisavam de datas especiais para agradecer; diariamente, passaram a notar os pequenos gestos, como o bilhete na lancheira, o beijo de boa-noite, a risada depois do banho. Leandro começou a agradecer de verdade, Carina fez mais desenhos para sua mãe, Sayuri perdeu o medo de mostrar seus sentimentos, Augusto passou a criar “estrelas de gratidão” em origami para todas as pessoas queridas.

E Alícia, a professora que começou tudo, sabia que o superpoder da gratidão tinha mesmo contagiado a todos.

Atividades Sugeridas

8 anos: Desenho da Gratidão: Cada criança deve desenhar a lembrança mais feliz com sua mãe ou cuidadora, explicando em poucas palavras porque é grata por esse momento.

9 anos: Bilhete Secreto: Escrever um bilhetinho de agradecimento para a mãe/figura materna e escondê-lo em um lugar especial (na bolsa, no travesseiro etc.), para que ela encontre como uma surpresa.

10 anos: Caixa das Memórias: Montar uma pequena caixa (feito com material reciclável) e colocar dentro objetos pequenos ou papéis escritos com momentos em que a mãe ajudou, cuidou ou fez algo especial, explicando o sentimento de gratidão para cada objeto.

11 anos:Árvore da Gratidão: Fazer um desenho de árvore em papel e, nas folhas, escrever palavras ou frases que representem os diferentes motivos de gratidão por sua mãe. Depois, apresentar para a família.

12 anos: História Compartilhada: Escrever (ou gravar em áudio ou vídeo) uma breve história contando um desafio que passou e como a mãe ajudou a superar, refletindo sobre a importância da gratidão nesses momentos. Pode ser apresentada em sala ou compartilhada com a família.

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A árvore da sabedoria

Veja as atividades no final da história

Era segunda-feira quando a Professora Alícia anunciou um projeto especial para a turma. Com seu sorriso acolhedor, ela explicou:

— Crianças, nossa horta escolar foi abandonada durante as férias. Agora temos a chance de revitalizá-la! Cada grupo ficará responsável por uma parte. No final do semestre, celebraremos com uma festa da colheita.

Os olhos de Augusto brilharam. Ele ergueu a mão imediatamente:

— Professora, eu quero ser o líder do meu grupo! Vamos fazer a melhor horta! —

A professora sorriu.

— Formaremos os grupos hoje, e cada um terá uma semana para apresentar seu plano de trabalho.

Leandro, em seu canto habitual, observava tudo com interesse, enquanto Sayuri já fazia anotações em seu caderno. Carina levantou a mão.

— Podemos decorar a horta também? Eu poderia fazer placas coloridas para cada planta!

Os grupos foram formados, e para surpresa geral, a Professora Alícia colocou Augusto, Leandro, Sayuri e Carina juntos.

— Vocês cuidarão da parte central da horta, onde plantaremos uma árvore frutífera que será o coração do nosso projeto.

Ao se reunirem para planejar, os problemas logo começaram.

— Vamos plantar agora mesmo! Tenho umas sementes em casa, — disse Augusto, já pensando em cavar o buraco no dia seguinte.

— Mas nem sabemos qual árvore plantar, — respondeu Sayuri.

— Qualquer uma serve! O importante é ser os primeiros a começar, — insistiu Augusto.

Carina já estava desenhando placas decorativas, ignorando a discussão.

— Acho que deveríamos pesquisar primeiro, — disse Leandro com voz baixa, quase inaudível.

— O quê? Fala mais alto, Leandro, — reclamou Augusto. — De qualquer forma, não precisamos perder tempo com pesquisas. Vamos agir!

No dia seguinte, Augusto chegou à escola com uma pequena muda de árvore.

— Peguei no jardim do meu vizinho! Ele nem vai notar, — disse orgulhoso.

Sayuri olhou preocupada.

— Isso não é certo, Augusto. Você pegou sem permissão.

— É só uma mudinha, ele tem várias! — defendeu-se Augusto.

Leandro, que havia permanecido quieto, finalmente falou:

— Meu avô sempre diz que o respeito pelo que é dos outros é o começo da sabedoria.

— Sabedoria? Estamos falando de uma planta, Leandro, — rebateu Augusto, impaciente.

Durante o intervalo, Professora Alícia notou a tensão no grupo e os chamou para uma conversa.

— Como está o planejamento da horta? —

Cada um começou a falar ao mesmo tempo, exceto Leandro. A professora ergueu a mão pedindo silêncio.

— Vejo que estão tendo dificuldades para trabalhar juntos. Sabem, há um versículo muito especial que diz: ‘O temor do Senhor é o princípio da sabedoria’. Vocês sabem o que isso significa?

Houve um silêncio. Foi Sayuri quem timidamente respondeu:

— É sobre respeitar a Deus?

— Sim, Sayuri. E quando respeitamos a Deus, respeitamos também suas leis, seus ensinamentos, e isso inclui respeitar as pessoas, a natureza e tudo que foi criado, — explicou a professora. — Quando agimos com esse respeito, começamos a agir com sabedoria.

— Mas o que isso tem a ver com nossa horta? — perguntou Augusto, confuso.

A professora sorriu gentilmente.

— Tudo. Vocês precisam tomar decisões sábias sobre essa árvore. Ela vai crescer, dar frutos, abrigar pássaros. Uma decisão apressada pode não dar bons resultados a longo prazo. A sabedoria nos ensina a pensar além do momento presente.

Depois da conversa com a professora, o grupo decidiu se reunir na biblioteca da escola. Por sugestão de Sayuri, começaram a pesquisar sobre árvores frutíferas.

— Esta aqui cresce rápido, mas precisa de muito espaço, — mostrou Leandro em um livro de jardinagem.

— Esta outra dá frutos o ano todo, mas precisa de sombra parcial, –observou Sayuri.

Augusto estava impaciente, mas tentava prestar atenção. Carina continuava mais interessada em desenhar, até que Leandro sugeriu:

— Carina, você poderia desenhar cada árvore que estamos considerando? Isso ajudaria a visualizar nosso projeto.

O rosto de Carina iluminou-se com a ideia.

Quando chegou o dia de apresentar o plano para a classe, Augusto estava nervoso. Ele queria tanto ser o primeiro, ser o melhor, mas não tinham uma árvore plantada ainda, só um projeto no papel.

— E se os outros grupos já tiverem começado? Vamos parecer atrasados, — reclamou.

Foi então que viram Pedro, de outro grupo, carregando uma muda de planta que parecia estar morrendo.

— O que aconteceu? — perguntou Sayuri.

— Plantamos sem pesquisar — explicou Pedro, desanimado.

Naquele momento, Augusto compreendeu o valor da abordagem mais cautelosa do seu grupo.

Na apresentação, cada grupo mostrou seu plano. Para surpresa de Augusto, seu grupo recebeu elogios especiais da Professora Alícia.

— Este grupo demonstrou verdadeira sabedoria, — disse ela. — Eles não se apressaram, pesquisaram, consideraram o ambiente, as necessidades da planta e até como ela beneficiará nossa escola no futuro.

Leandro, geralmente tímido, explicou para a classe:

— Escolhemos uma jabuticabeira. Ela pode parecer lenta para crescer, mas viverá por décadas, dará frutos várias vezes ao ano e não precisará de replantio constante.

Sayuri complementou:

— Ela também atrairá pássaros e abelhas, ajudando todo o ecossistema da horta.

Carina mostrou seus desenhos detalhados de como a árvore ficaria em diferentes estágios de crescimento, e Augusto explicou o plano de cuidados.

— Aprendi que às vezes precisamos ser pacientes para colher os melhores frutos, — disse ele, com um novo entendimento.

No dia do plantio, a Professora Alícia reuniu todos ao redor do buraco preparado para a jabuticabeira.

— Esta será nossa Árvore da Sabedoria, — declarou. — Ela nos lembrará sempre que decisões sábias, baseadas no respeito e no conhecimento, podem dar frutos por muitos anos.

Enquanto colocavam a pequena muda na terra, Leandro sussurrou para seus amigos:

— Meu avô sempre diz que sabedoria é como uma árvore: precisa de raízes profundas e tempo para crescer.

Augusto, que antes queria apenas resultados rápidos, agora entendia. Ele olhou para a pequena muda e sorriu:

— E um dia, quando estivermos grandes, voltaremos aqui e veremos o quanto ela cresceu.

A Professora Alícia observava o grupo com orgulho. Eles haviam plantado uma árvore e também haviam plantado as sementes da sabedoria em seus corações.

ATIVIDADES

Para 8 anos: Diário da Árvore da Sabedoria

Material: Caderno pequeno, lápis de cor, adesivos.

Peça à criança para criar um diário de observação onde ela registrará o crescimento de uma planta ou árvore durante um mês. A cada dia, ela deve desenhar ou escrever algo que observou sobre a planta e uma “lição de sabedoria” que aprendeu naquele dia.

Para 9 anos: Provérbios Ilustrados

Material: Cartolina, canetinhas, lápis de cor.

Apresente cinco provérbios ou ditados populares sobre sabedoria, adequados à idade. Peça à criança que escolha seu favorito e crie uma ilustração que represente seu significado. Depois, peça que explique por que escolheu aquele provérbio e como poderia aplicá-lo em sua vida.

Para 10 anos: Jogo das Decisões Sábias

Material: Cartas feitas com papel cartão

Crie 10-15 cartas com diferentes situações do cotidiano infantil que exigem uma decisão. EX: “Você encontrou um brinquedo que não é seu no pátio da escola”; “Um colega pede para copiar sua lição de casa”.

Em pequenos grupos, as crianças devem discutir qual seria a decisão mais sábia para cada situação e justificar sua escolha.

Para 11 anos: Projeto Mini-Horta da Sabedoria

Material: Vasos pequenos ou garrafas PET cortadas, terra, sementes variadas, etiquetas.

Cada criança plantará três sementes diferentes e pesquisará sobre os cuidados necessários para cada planta. Na etiqueta de cada vaso, além do nome da planta, deverá escrever uma qualidade da sabedoria (como paciência, observação, cuidado). Durante algumas semanas, registrará o crescimento e relacionará com a qualidade escolhida.

Para 12 anos: Conselho de Sábios

Material: Papel, caneta, fantasias simples (opcional)

Organize os alunos em um “conselho de sábios” que deverá resolver três problemas apresentados (relacionados à escola, família ou comunidade). Cada “sábio” assume um papel (historiador, cientista, artista, etc.) e deve contribuir com sua perspectiva. O grupo precisa chegar a uma solução consensual que demonstre sabedoria. Ao final, apresentam suas conclusões e o processo de tomada de decisão.

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